Capitulo 1 – O restaurante do Capo
Um grupo de pessoas toma vinhos e
se diverte no restaurante de quem eles chamam de Capo. Em uma discreta mesa junto à
janela uma dupla conversa sobre os presentes no recinto:
“Esses são os mafiosos do qual te falei. Aquele é o cabeça da trupe, um
italiano conhecido como Capo. Chefe ou subordinados, porém, todos devem morrer”
O mais velho da dupla aponta para
um senhor bem vestido, de terno bege escuro e sapatos combinando. Por dentro, uma
camisa social branca, já meio amarrotada e desabotoada devido ao desleixo causado
pelo álcool. Apresenta risadas fortes assim como
o porte físico. Aproximadamente 1,83 metros, mas os braços e tórax musculosos o
faz parecer mais alto. Rosto comprido, com olhos e nariz grandes e barba a
fazer.
Junto ao Capo, há por volta de
sete homens vestidos e bebendo da mesma maneira. Todos estão demasiados alegres e
descontraídos. Não se sabe exatamente o motivo da festa, talvez fosse a
comemoração de um golpe bem sucedido, o aniversário do Capo ou simplesmente um
encontro semanal.
Por outro lado, aquela dupla
sentada perto da parede se compunha de um velho Mestre e um jovem Aprendiz. O Velho
é um padeiro de cabelos brancos, rosto enrugado, nariz e orelhas grandes. Seu
rosto não é muito expressivo e suas roupas pequenas e antiga o fazem parecer
uma figura exótica. Ele descreve cada um da máfia enquanto o Aprendiz toma as
devidas notas.
Capitulo 2 – O restaurante do Velho
Aquela mesma trupe se encontra na
padaria do Velho. Um lugar agradável, com uma receptiva entrada de vidro e janelas
largas. Do lado de fora, a deserta principal é amparada
pela deficiente iluminação pública. Quatro mesas de oito lugares mais
dois sofás marrons convidam os clientes a ficarem um pouco mais. Ao fundo um
balcão branco de madeira de um metro e meio é seguido da área interna de
trabalho. O clima de festa dos mafiosos é o mesmo da semana passada, talvez se
trate de uma reunião semanal.
O Velho oferece um vinho por
conta da casa e manda o Empregado servi-los. Um jovem de 22 anos, magro, cabelos
loiros e olhos claros, se faz presente. Ele serve as bebidas e volta às pressas
para o seu patrão. Está nervoso, parece ter medo. Suas mãos tremiam enquanto os
servia.
Ao passo que todos bebem despreocupadamente,
o Capo reclama – “Moleque, que porcaria é
essa?”.
“É vinho, meu Senhor! Porém está misturado
com um pouco de água” – imediatamente responde o
Velho, enquanto o Empregado
fica cada vez mais nervoso.
“hahaha... Velho miserável, economizando vinho
barato. Eu não bebo essa porcaria!” – Explode, o Capo, com sua risada
inconfundível.
Capitulo 3 – O sono.
A trupe continua sua festa, mas
as risadas e gritos começam a ficar mais baixos. O silêncio vai tomando conta
do recinto. O Capo reclama da falta de ânimo de seus comparsas, mas isso não os
impede de cair no sono. Um dos seus cochila no meio da conversa.
“Ma Vaffanculo!!!” – resmunga
Capo já impaciente com a falta de companhia e empurra aquele que cochila.
Dessa vez, porém, o silêncio é
total. Ele por fim percebe que seus homens não estão dormindo, mas sim,
mortos. Seus corpos estão gelados e não
há pulso ou respiração.
O mesmo funério gelado sobe ao
peito do Capo que agora tem a visão panorâmica de todos os seus homens caídos.
Por esse instante ele perde o chão, sente medo e fica paralisado. As imagens
passam em câmera lenta e o único som que escuta é os das batidas de seu
coração. Ele tenta reanima-los, deixa-os
no chão, coloca-os no sofá, volta com eles para o chão novamente, fica
histérico, respira fundo, mas nada muda.
Confuso, ele se lembra do vinho e percebe o que acontecera.
Se volta furioso para o Velho e o Empregado, mas já não há ninguém ali.
Capitulo 4 – O beco escuro.
Sozinho e com seus homens mortos,
o Capo faz o que qualquer mafioso faria; chama a polícia. Enquanto espera, vê
um vulto na janela. Acompanhado de sua arma e de muito medo, vai verificar.
Nada encontra, mas insiste na ideia de que alguém o observava. Continua sua
busca, mas novamente ninguém. Por fim,
se encontra em um beco estreito e fechado, se alguém o vigiava, não há mais
saída. Como o caminho é longo e escuro, o medo quer impedi-lo de seguir, mas a dúvida
o propulsiona cuidadosamente até o fim. Finalmente, ninguém é encontrado.
Capitulo 5 – O Detetive.
A viatura já está na padaria
quando o Capo chega. Ele fica surpreso com a rapidez
da polícia, mas mais ainda pelo jovem que se encontra sentado com a mão na
cabeça, olhos fechados e respiração concentrada. Trata-se do Empregado que o serviu.
“Desgraçado!” – sussurra o Capo, já apontando a arma para o
Empregado que caindo da cadeira vê sua vida passar diante de seus olhos
arregalados.
“Que porra
é essa!?” – Grita um homem negro alto, de terno, boina e um distintivo de Detetive
– “Que porra é essa, Capo!? Chega de
mortes por hoje. Policias, desarmem-no”.
“Detetive, mas que surpresa, o senhor protegendo assassino? Um rostinho
de menino europeu foi suficiente para te enganar ou será que o velho cão de
caça está perdendo seu faro?” – provoca Capo.
“Seu bandidinho de merda, não se esqueça com quem você está falando.
Além do mais, o moleque já estava aqui quando chegamos e ainda não o
interrogamos.” – responde Detetive.
“Não sou assassino, Senhor, pelo amor de deus. Não tenho nada a ver com
isso, me escuta, por favor.” – Começa o Empregado desesperado – “Apenas servi a bebida que meu patrão
mandou. Juro que não sabia que estava envenenada”.
“Então ele já estava aqui. O moleque até que é corajoso” – diz Capo – “Veio por conta própria para a boca da
serpente. Quanta ingenuidade.”
“Senhor, nunca estive com um mafioso antes, com todo o respeito. Estava
com muito medo, tremia o tempo todo, inclusive na hora de servir o vinho. Mas
isso não significa que eu estivesse envolvido nesse plano terrível. Com todo o
respeito, Senhor, eu não sabia de nada.
Senhor, eu estava muito nervoso. Quando percebi que meu patrão já havia
partido e que os outros não estavam respondendo, fiquei apavorado e ... e...
E me mijei todo. Não aguentei o medo,
entrei em pânico e sai pelas portas dos fundos. Por fim me dei conta de que
seria tomado por cumplice. Por isso voltei, para mostrar minha inocência e
colaboração.”
O Detetive olha para as calças
molhada do jovem e diz – “Escuta,
moleque! É melhor você estar falando a verdade. E outra coisa; se você estiver
mentido, eu mesmo acabo contigo”
“Chefe, achei algo.” – Ecoa a voz
de um dos policiais.
Capitulo 6 – A sala secreta.
Um dos dois policiais acha uma
entrada secreta dentro do armário, no escritório do Velho. Ela dá acesso a um
pavimento subterrâneo de mais ou menos 13mx7m com decoração medieval. O chão é
de madeira antiga e as paredes são limitadas pela própria terra, exceto a uma
que é de tijolos. Nessa, uma espécie de altar sustenta uma caixa de madeira
iluminada com lampiões. Atrás, um pergaminho envelhecido escrito em um idioma
que ninguém consegue identificar. Dois
pilares se levantam ao lado do altar e junto a este, dois sepulcros, um de cada
lado.
O Detetive com seus dois homens,
o Capo e o Empregado olham esse cômodo estranho e imaginam que espécie de doido
é esse Velho.
“Já esteve aqui, moleque?”
“Nã... Nã... Não, Senhor” – responde o Empregado, dessa vez mais
nervoso e apavorado do que antes.
Começa a busca por pista do
paradeiro do Velho. O Detetive decide verificar o que de tão sagrado é mantido
dentro da caixa em cima do altar.
“Isso vai ser mais complicado do que pensei.” – Murmura o Detetive – “Capo,
não foi o Velho que matou seus homens”
Capitulo 7 – Os Gunrinos
Uma reluzente coroa de 20 cm de
puro ouro repousa nas mãos do Detetive. Apesar da escuridão, ela emite certa
luz como se tive iluminação própria.
“Essa é a Coroa de Gunra, uma seita portuguesa difundida pelo mundo nas
grandes navegações, mas que não teve muita aceitação devido às restrições e
rituais macabros que impunha. Ela é um instrumento sagrado confiado apenas aos
Hipos, uma espécie de Papa para os fieis. Todavia, essa é uma crença muito
antiga. Esse Velho talvez seja o último Mestre Gunrino e essa coroa com certeza
vale uma fortuna.” – Explica o Detetive.
“E como você concluiu que o Velho não é o assassino?”
“Por que os Gunrinos são proibidos de assassinar”
“Chefe, acho que encontrei o seu Papa” – o mesmo policial que
encontrou a entrada secreta se destaca novamente. No sepulcro à direita do
altar está o corpo do Velho, recém desfalecido.
“O maluco se matou e pelo cheiro de vinho, usou o mesmo veneno que deu
a meus homens”
“Os Gunrinos não podem cometer suicídio.” – Intervém o Detetive – “E se
não foi o Velho, só pode ter sido seu Aprendiz, o que dorme no sepulcro da
esquerda”
Capitulo 8 – O Empregado é o Aprendiz
Enquanto o Capo ainda festejava
com seus amigos que aos poucos começavam a “dormir” o Velho e o Empregado
abandonaram a padaria. O Empregado já imaginara que o Capo sentiria o veneno na
bebida, pois, na semana anterior, o Velho o havia explicado que se tratava de
um típico italiano.
Se continuasse ali, o Capo o
mataria quando percebesse que tinha sido enganado. Logo, a forma que o Empregado
encontrou de reaparecer na história foi tirando o Capo da padaria, ligando 190
e reaparecendo lá quando a polícia já estivesse presente. Para tal, ele se fez
ser seguido pelo italiano até o beco escuro. De lá, agarrando nas frestas dentre
os tijolos, escalou a parede. Do telhado ele avistou a polícia chegando, mas
conseguiu correr pelos telhados e chegar segundos antes. Molhou rapidamente o
meio das calças, sentou e se concentrou.
Mas agora ele está preste a ser
desmascarado, pois dentro de seu sepulcro há provas incontestáveis de que ele é
o Aprendiz.
Capitulo 9 – O Imprevisto
Nesse interim, o Aprendiz que já
estava nervoso, fica ainda mais e impede que abram o sepulcro. Alega que não é
seguro, que pode haver armadilhas e que a sala está muito escura para se
defenderem. Junto a sua argumentação aflita, outra sirene soa do lado de fora.
A ambulância acaba de chegar.
A reação do Empregado traz suspeita
aos policias e certeza ao Capo. Todavia,
a notícia repentina de um médico toma a atenção de todos.
“Temos alguns vivos aqui. Precisamos de ajuda”
O veneno não cumpriu seu dever
com alguns e a situação do Aprendiz se complica ainda mais. Um dos mafiosos
alega tê-lo visto chegar e molhar as calças instantes antes da polícia aparecer.
A certeza do Capo se consolida, mas o Detetive ainda tem algumas perguntas, tal
como a morte do Velho.
Capitulo 10 – O Problema.
A ambulância parte às pressas levando
as vítimas. De volta à sala secreta, o
Detetive abre o sepulcro da esquerda esperando encontrar alguma prova que
solucione esse mistério. O Aprendiz tenta impedi-lo, mas dessa vez é detido
pelos policiais.
Dentro do sepulcro há um corpo.
O Detetive não consegue entender
o que está acontecendo e tão pouco o Aprendiz. O Detetive questiona que se o
Aprendiz e o Mestre estão mortos em seus sepulcros, quem terá sido o
protagonista da história? Por outro lado, o Aprendiz se pergunta de quem é
aquele cadáver, quando e quem o colocara em seu sepulcro.
As duas primeiras perguntas do Aprendiz
são respondidas ao se iluminar a vítima. Trata-se do Capo.
Capitulo 11 – A Dúvida, o Medo, a Suspeita.
O quebra-cabeça fica demasiado
complicado para o Detetive. Ele não consegue entender quem matara o Capo e nem
quando. O Empregado não poderia ter sido, pois estava o tempo todo ao seu lado.
Da mesma forma seus homens estavam ajudando a levar as vítimas para a
ambulância.
“Terá sido algum enfermeiro? Mas por que e principalmente como? Eu
teria notado suas roupas brancas sujas de sangue. E quando foi que o Capo
desapareceu que eu não vi?”
O Aprendiz também está confuso.
“Quem terá assassinado o Capo e por quê? Quem difamou meu leito com seu
corpo injusto?”
O Detetive já não confia mais na
segurança do local, assim como não tem provas contra o Aprendiz. Na verdade, o
que o Detetive tem é medo e insegurança. Ele quer abandonar aquela sala
macabra, deitar com sua mulher e esquecer essa noite estranha. Logo, recolhe
seus homens, isola a padaria, pega os dados do Aprendiz e vai para a casa.
Na mesma madrugada, a padaria é
incendiada. O Aprendiz ouve o alarme e corre para salvar o Templo. Todavia, o
fogo já consumira o local e a Coroa desaparecera.
Capitulo 12 – O Novo Mestre.
No caminho de volta o Aprendiz
encontra a Coroa de Gunra cuidadosamente repousada no meio da rua. Junto dela
um homem com fisionomia familiar.
“É você, Mestre? Mas como?”
“Meu querido Aprendiz, hoje acordei meio atordoado. Estava no meu leito
e havia muita gente discutindo no Templo. Não entendi aquela agitação até que o
rosto do Capo me fez lembrar e entender o que acontecia. O veneno que me deste
não foi suficiente para me matar. Também notei que você estava preste a ser desmascarado,
mas eu não podia fazer nada. Por sorte a ambulância chegou, esvaziou a sala e
então tive a chance de agir. Enquanto todos se distraiam com os cuidados
médicos, cuidei de sumir com suas provas. Todavia o Capo percebeu minha
presença na sala e desceu. A única saída que me restou foi usar o Machado de
Paulo e então voltei para meu leito.”
“Mestre, isso significa ...”
“Sim!”
“Você descumpriu seu juramente além de difamar meu leito.”
“Espero que me perdoe, Jovem, pois agi com o coração. Não o suportaria ver
na prisão. Depois disso o Templo deixou de ser sagrado e eu deixei de ser
Mestre. Por isso incendiei a padaria e te trouxe a Coroa de Gunra. Espero que
você tenha a mesma sorte que eu tive ao encontrar um Aprendiz. Que ele siga
seus passos e execute as tarefas que não te são permitidas. Agora você é um
Mestre Gunra, lembre-se da responsabilidade que lhe é dada, agora, você é o
último Gunrino.”
Guilherme vc é mto fértil!!!!!!!!
ResponderExcluirheeheheheehhhh
ois!
ResponderExcluirsó vim comentar rapidinho pra dizer que tô sem internet em casa por ter mudado de apartamento (no momento tô num pc da ufjf na maior pressa)
não queria que parecesse que eu sou mal educada e ignorei seu blog hahaha
assim que a velox tomar vergonha na cara, eu leio os capítulos e tento adivinhar o desfecho :)
até mais!